10 de abril de 2010

O pra sempre, sempre acaba...

Nosso maior erro está em achar que nossos relacionamentos serão “para sempre”. Acreditamos demais, nos decepcionamos demais... Logo, o que mais nos frustra são os sonhos que acabam ficando para trás, as promessas que nunca se cumprirão, os momentos que nunca mais irão se repetir. O abraço forte da depedida, o sorriso e o brilho nos olhos da chegada... O chocolate dividido na rodoviária pouco antes de um embarque... A roupa suja de terra depois de brincar de se jogar na grama.

E você vê desabar os sonhos, desde os mais simples como colar estrelinhas brilhantes no teto, até aquela viagem onde tenha neve e se possa ficar abraçadinho pra passar o frio. E você sofre ao ter que arrancar a força, contra sua própria vontade, as fotos do mural que aos poucos vai ficando vazio, a foto do porta-retrato que você olhava todos os dias quando acordava... O vazio ultrapassa nosso interior e toma conta de tudo a nossa volta.

E não há mais sentido em passar os dias riscando o calendário, nem em passar as noites vendo a lua... Você sabe que o telefone não vai tocar, ou melhor dizendo, cada vez que ele toca é um susto, uma esperança que se interrompe no segundo seguinte ao ouvir “Alô”...

É não é fácil pra ninguém... partidas provisórias machucam, partidas definitivas nunca cicatrizam. E não há tempo que cure, qualquer grão de areia que toque a ferida traz a tona toda a dor do início. E não há distância que cure, porque os pensamentos e lembranças vivem voando por todos os lugares, entrando em nossa mente sem nossa permissão, não importa aonde estamos. Nesse momento, os sonhos podem adormecer por um bom tempo, e talvez demorem muito para acordar. Só devo fazer o possível para que eles não morram de vez. E tomara que a dor também não seja para sempre...

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